Gratuito e potente: OpenAI anuncia primeiro modelo aberto de IA em seis anos

A OpenAI anunciou nesta terça-feira (5) que está lançando o gpt-oss, um modelo aberto que pode ser baixado, personalizado e executado gratuitamente. Este é o primeiro modelo aberto da desenvolvedora em mais de seis anos.

A tecnologia vem em duas versões, uma voltada para data centers e laptops avançados, e outra voltada para laptops ‘comuns’. Conheça cada uma delas.

São duas versões do gpt-oss, com poder computacional e focos diferentes (Imagem: OpenAI)

gpt-oss, o novo modelo aberto da OpenAI

O gpt-oss é aberto. Ou seja, seu código pode ser aproveitado e personalizado por desenvolvedores para criar suas próprias aplicações – inclusive para uso comercial.

O modelo vem em duas versões:

  • gpt-oss-120b: maior e mais poderoso, permite 120 bilhões de parâmetros (variáveis pelas quais um modelo aprende durante o treinamento). Segundo a OpenAI, ele é “projetado para ser executado em data centers e desktops e laptops de última geração”;
  • gpt-oss-20b: mais leve, com 20 bilhões de parâmetros. Ele é projetado para ser executado “na maioria dos desktops e laptops”, consumindo apenas 16 GB e memória.

Ambas as versões foram lançadas nesta terça-feira e pode ser baixadas pelas plataformas Hugging Face, Databricks, Azure e AWS sob uma licença chamada Apache 2.0, que permite alterações para fins comerciais.

Além disso, eles serão capazes de enviar consultas complexas a modelos de IA na nuvem. Na prática, isso significa que, se o gpt-oss não conseguir realizar uma tarefa por conta própria, os desenvolvedores podem conectá-lo a algum modelo fechado mais potente da empresa.

gpt-oss já está disponível para desenvolvedores (Imagem: OpenAI)

Para que serve a nova IA?

Segundo a OpenAI, o modelo é capaz de executar tarefas de raciocínio, navegar na web, escrever código e operar agentes por meio das APIs existentes da empresa.

A desenvolvedora também afirmou que o gpt-oss é seu modelo mais rigorosamente testado até então. Inclusive, ele foi testado por empresas de segurança externas, para garantir que não represente risco em áreas perigosas (como segurança cibernética e armas biológicas). Para diminuir essas chances, o modelo exibe sua cadeia de pensamento até chegar a uma resposta e emite apenas saídas em texto.

Além disso, de acordo com a OpenAI, as duas versões são “de última geração” e superam alguns benchmarks de outros modelos da própria companhia, como o o4-mini e o3-mini.

Mas não todos. Por exemplo: os testes mostraram que os novos modelos abertos alucinam muito mais do que seus ‘irmãos‘. O gpt-oss-120b alucina a uma taxa de 49% e o gpt-oss-20b, 53%. Em comparação, o o1 alucina a uma taxa de 16% e o o4-mini, a 36%.

gpt-oss
gpt-oss, aberto e gratuito, teve desempenho semelhante ao o3, o3-mini e o4-mini em tarefas de matemática (Imagem: OpenAI)

OpenAI mudou de ideia em ter um modelo aberto

A OpenAI lançou o modelo aberto GPT-2 em fevereiro de 2019, há mais de seis anos. Desde então, a desenvolvedora aposta em modelos de código fechado, transformando-os em produtos a serem acessados através de assinaturas (também há versões gratuitas).

No entanto, o cenário mudou em janeiro deste ano com a chegada da DeepSeek. O modelo chinês é aberto e tem desempenho parecido com o GPT, o que, na ocasião do lançamento, ameaçou a OpenAI.

A empresa reagiu. Até então, o CEO Sam Altman alegava preocupações de segurança para não lançar uma continuação aberta para o GPT-2. Já em janeiro, com o sucesso da DeepSeek, mudou de ideia e afirmou que a empresa estava “do lado errado da história” ao não ter modelos abertos.

Já em julho, o governo de Donald Trump pediu aos desenvolvedores de inteligência artificial que disponibilizassem mais tecnologias para promover o avanço dos Estados Unidos neste setor.

O gpt-oss é o primeiro modelo aberto da OpenAI desde 2019, o que realmente parece uma mudança de chave da empresa. Em declaração ao TechCrunch, Altman falou sobre o benefício disso:

Voltando ao nosso início em 2015, a missão da OpenAI é garantir uma IA que beneficie toda a humanidade. Para isso, estamos entusiasmados com o fato de o mundo estar construindo uma pilha de IA aberta criada nos Estados Unidos, com base em valores democráticos, disponível gratuitamente para todos e para amplo benefício.

Sam Altman, CEO da OpenAI, em declaração ao TechCrunch

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