Uma nova pesquisa da Universidade do Colorado, publicada na revista Science, desafia a visão tradicional sobre a dopamina.
Ao contrário da crença de que esse neurotransmissor se espalha amplamente pelo cĂ©rebro de forma contĂnua, os cientistas descobriram que ele atua por meio de disparos ultrarrápidos e precisos, atingindo grupos especĂficos de neurĂ´nios com alta seletividade temporal e espacial.
Detalhes do estudo
- Usando microscopia de dois fĂłtons, os pesquisadores observaram que a dopamina Ă© liberada em “pontos crĂticos” do cĂ©rebro em rajadas milimĂ©tricas e momentâneas — comparáveis a faĂscas — e nĂŁo como uma nĂ©voa difusa, como se pensava.
- Esse novo modelo de “sinalização de precisão” revela que o cérebro pode modular comportamentos e decisões com muito mais especificidade do que se imaginava.
- Segundo o professor Christopher Ford, autor principal do estudo, esse mecanismo refinado de liberação pode explicar como a dopamina regula uma ampla gama de comportamentos.
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Descoberta pode mudar nossa compreensão sobre doenças e distúrbios
A descoberta inaugura uma nova compreensĂŁo sobre o papel da dopamina em distĂşrbios como TDAH, doença de Parkinson, esquizofrenia, dependĂŞncia quĂmica e depressĂŁo.
AlĂ©m das rajadas localizadas, a equipe identificou tambĂ©m uma camada de sinalização mais lenta e difusa, sugerindo que a dopamina atua em dois nĂveis: de forma precisa para ajustes momentâneos e de modo geral para regular funções cognitivas complexas como aprendizado e tomada de decisões.
Esses achados desafiam abordagens terapêuticas atuais, que ainda se baseiam em medicamentos de efeito amplo. A longo prazo, entender essa complexa dinâmica pode levar ao desenvolvimento de tratamentos mais eficazes, personalizados e com menos efeitos colaterais.

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