Muita gente que tem a curiosidade sobre o que ocorreria com todas as luzes do mundo acendendo ao mesmo tempo pode imaginar um cenário extremo, como um colapso global da energia, mas, na realidade, o efeito não seria tão catastrófico.
Se todas as pessoas do mundo acendessem as luzes ao mesmo tempo, o impacto mais imediato seria um súbito pico de demanda por eletricidade, o que exigiria uma resposta rápida das usinas de energia.
Como explica Harold Wallace, curador no Instituto Smithsonian, “a eletricidade deve ser fornecida sob demanda. Quando alguém acende uma luz, consome energia da rede. Um gerador precisa imediatamente fornecer a mesma quantidade de energia para manter o equilíbrio do sistema”.
Como a rede elétrica se mantém estável
- O equilíbrio da rede é vital para evitar apagões. No entanto, diferentes usinas reagem de maneiras distintas: termoelétricas e nucleares têm grande capacidade, mas são lentas para reagir; já as usinas a gás natural respondem com mais rapidez.
- Fontes renováveis, como solar e eólica, são menos previsíveis.
- Baterias e sistemas hidrelétricos com reservatórios ajudam a compensar as oscilações de demanda, mas ainda têm limitações.
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Falhas elétricas seriam isoladas; não veríamos um colapso elétrico no planeta
Segundo Wallace, dois fatores evitariam um colapso global da rede: “não há uma única rede elétrica mundial”, o que permite isolar falhas regionais, e o uso generalizado de lâmpadas LED, que consomem menos energia e já são comuns em boa parte das residências.
“Essas lâmpadas produzem muito mais luz por unidade de energia”, observa.
O céu brilharia mais
No entanto, o efeito visual seria outro. Um surto global de iluminação aumentaria o brilho do céu, obscurecendo as estrelas. “A luz refletida em partículas no ar cria um brilho que apaga o céu noturno”, alerta Wallace, destacando também os efeitos da poluição luminosa sobre a saúde humana e a fauna.
Concluindo, embora não causasse um apagão global, esse experimento coletivo traria mais impacto visual e ambiental do que energético. Como resume Wallace: “Veríamos muito mais brilho no céu — e nenhuma estrela”.

A versão original deste texto foi publicada no The Conversation.
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